Meus olhos dizem tudo

Hoje acordei, levantei, fui em direção ao espelho, e me olhei, mas prestei atenção em mim, olhei no fundo dos meus próprios olhos e os vi inchados, deprimidos, tristes, e aí eu parei e me lembrei da noite passada. Sábado chuvoso, fazia um frio extremo, eu presa naquele quarto, não tinha vontade de sair, ele é aconchegante, pequeno, mas pra mim ele é enorme, só meu quarto presenciou meus cruéis sofrimentos, minhas crises de raiva seguidas de um choro muito forte, é nele que eu vivo, ele é meu cantinho mais seguro onde eu reflito, imagino, e crio meus sonhos mais perfeitos. E naquela noite eu só queria permanecer aí, ouvir uma música romântica e pensar, lembrar e desabafar comigo mesma, fiz isso mesmo, coloquei uma música, aumentei o volume, tranquei a porta do meu quarto, deitei sobre a cama e lá permaneci calada, olhando para o teto, e lembrando, lembrando dele, das nossas saídas juntas, de mãos dadas, dos nossos momentos, de tudo que eu passei junto a ele. Foi aí neste instante que eu não aguentei e chorei, gritei, me descabelei, me culpei por estar chorando, mas continuei, e de fundo uma música, aquela música que lembrava a gente, e assim minha noite acabou, chorando, e peguei o sono, depois de horas de desespero, dor e sofrimento.

E quando acordei me deparei com esses olhos, mas o que me dói mesmo é ver que eu tenho tanta coisa, e sinto falta de uma, e essa falta traz uma dor aqui dentro, um aperto que não consigo definir e como isso faz falta.

Às vezes, eu me sinto tão bem, e nem dou muita atenção para os problemas, mas quando me pego sozinha e começo a lembrar eu não consigo me controlar, e dá nisso.

Sei que ainda há amor por ele, mas até eu não conseguir convencer meu coração que preciso esquecê-lo, minhas noites serão assim, mas eu vou tentar, juro que vou tentar me afastar deste sofrimento e acordar noutro dia com um olhar de que eu me conformei e que eu estou feliz e vivendo os melhores momentos da minha vida, prometo olhar somente a parte boa disso tudo.