Mas eu sou mesmo um clichê. Um daqueles bem água com açúcar, sabe? Um melodrama de quinta. Uma comédia romântica, que você não se cansa de ver num domingo a tarde. - Querido John

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Um conto quase real


Chegou do trabalho, aquele ônibus lotado, fazia tempo que não voltava assim, seu ex namorado sempre lhe buscava. Largou sua bolsa que estava pesada demais naquele dia e jogou-se no sofá, suspirou como se fosse um alívio estar em casa, virou-se e de barriga pra baixo, fechou os olhos e numa questão de cinco segundos o celular emite um som de mensagem recebida, nem ligou, continuou no sofá, parada, quieta, exausta, mas a curiosidade fez ela estender seu braço, e nas pontas dos dedos puxar a bolsa para perto de si, abriu o feixe, o celular estava perdido dentro daquela imensidão de coisas, até que, percebeu a luz que a tela gerava e logo o encontrou, quem seria em plena sete horas e dezesseis minutos da noite mandando-lhe alguma mensagem, visualizou e percebeu que era o número que tinha salvado com o nome 'amor', suspirou nesse momento como se fosse um acalmador, então clicou e leu ''Oi, acho que não tenho mais o direito de te chamar de amor, mas por favor, me encontra daqui meia hora na praça aqui onde fomos a primeira vez?' '
Fazia um dia que ele tinha deixado ela, e foi da pior maneira possível, e era tão pouco tempo que nem conseguiu renomear o nome dele no celular, era tão pouco tempo que ela estava tão exausta com a vida que decidiu pela primeira vez, deitar naquele sofá e querer dormir, pra sempre...
Ignorou a mensagem, chorando, deitou e dormiu, despertou com um barulho na porta, acordou rapidamente, levantou, ajeitou a blusa e o cabelo, olhou pro celular que anunciava as dez horas e dez minutos, gritou ' Já estou indo, calma!' e foi em direção a porta, podia ser sua vizinha devolvendo o livro que tinha emprestado à ela, era a única pessoa que poderia esperar, sua maquiagem borrada traduzia sua situação a umas horas atrás, mas mesmo assim, abriu a porta e ele estava lá, coçou a cabeça e num tom de voz rouca e ao mesmo tempo decepcionada gritou:
_ O que você tá fazendo aqui?
Ele logo lhe responde:
_Eu te mandei uma mensagem e eu sei que você viu e porque não foi lá?
_Porque eu deveria ir?
_Nosso primeiro encontro foi lá.
_E queria que fosse o último também?
_Não, ia ser o primeiro de novo.
_Como?
_Nosso primeiro encontro, já casados.
_Do que você está falando?
_São dez horas e dezesseis minutos, tem uma mensagem no seu celular agora!
      Ela indignada, se sentindo uma palhaça olhou pro celular, abriu a mensagem que dizia:
''Quer casar comigo? Prometo que se você não quiser ir até a praça, eu faço ela vir até você.''
Sorrindo e seus olhos, cor mel, já estavam molhados, abriu a boca sem saber o que falar, gaguejando, travando, conseguiu pronunciar-se:
_E ontem, porque quis acabar comigo?
Ele olhando fixadamente pra ela:
_Você acha que como eu ia preparar nosso casamento na praça se eu tinha que buscar você do trabalho? Eu amo você.

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