Mas eu sou mesmo um clichê. Um daqueles bem água com açúcar, sabe? Um melodrama de quinta. Uma comédia romântica, que você não se cansa de ver num domingo a tarde. - Querido John

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Eu, robô

E se eu me tornei um robô, daqueles sem marca, sem manual de instruções, uma lata enferrujada mas que caminhasse, devagar, indeciso, mas que funcionasse? Meus joelhos raspados de todos os antigos castigos involuntários, mãos machucadas de tantas vezes que pressionei sob o chão para levantar em um impulso rápido para entrar em equilíbrio com minha cabeça e olhar para o céu, um sorriso demorado para ser expressado, como se você não pudesse mais te controlar e demorasse para ser aberto, e um olhar rachado, como um vidro frágil, cortante, fixo, sem direção alguma, um simples robô que ninguém via por dentro. Sabe como um vento que ninguém via, mas sentia, era tudo ao contrário, todos viam minhas fraturas mas ninguém jamais me perguntou se eu achava que tinha valido a pena ter todos estes ematomas, e lá vou eu dizer, valeu, e como valeu a pena! Eu sempre fui um robô, sempre achei que dar tudo à eles seria bom demais para eles permanecerem, mas eles se satisfazem com tão pouco, e o pouquinho eles absorviam, o restão que sobrava eu não guardava pra mim, deixei pra eles, tudo bem, eu talvez possa estar oca por dentro, mas um dia eu fui cheia, e quero denovo me sentir assim, só que agora estou me controlando, criei um controle remoto só meu, to cheia de fios todos conectados com a razão, e quando eu achar que devo esperar, stop, se não for assim, numa dessas, minha lata quebra e me sinto pronta pra ir pro lixão.
Cômico demais, mas você se identificou, não negue.


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